A primeira ordem

Ordem dos Frades Menores - OFM

No início, os “penitentes de Assis”, como os primeiros frades se chamavam os mesmos, foram pregadores nômades. No ano 1209/1210, levaram um documento a Roma onde tinha escrito várias palavras da Bíblia, escolhidas por eles para que fossem normativas para sua forma de vida.

Também inclui outras prescrições para a vida comum, que os separava do “movimento de penitentes” em geral. Assim, distribuir uma história própria, como fraternidade franciscana. Essa primeira forma de vida, aprovada oralmente pelo Papa, foi atualizada de ano em ano. Em 1221, conhecida sob o nome “Regula non bullata” (RegNB), tornada-se tão volumosa que foi preciso preparar uma nova redação.

Esta nova versão foi aprovada por uma bula papal em 1223 (= Regula bullata), abreviada pela sigla (RegB), que continua válida até hoje. Portanto, pode-se dizer que a fraternidade inicial tornou-se a Ordem dos Frades Menores no ano 1223 (cf. Mt 18 1-4).

É importante, porém, notar que a pessoa de Francisco continua sendo a força modelar (= a “forma minorum”) apesar e além da Regra. Ele é o “irmão por excelência” que encarna o ideal comum (cf. Jordão de Giano 17).

Atualmente, a fraternidade OFM vive uma grande tensão entre duas interpretações das suas ideias fundamentais: de um lado, procuram uma vida bastante desprovida, fazendo trabalhos assalariados pesados, praticando a mendicância quando for necessário e dedicando-se à pregação; e do outro lado, levam uma vida de oração / contemplação e cultivo o convívio com as pessoas de fora por meio de um relacionamento fraterno ou até mesmo materno. Essa tensão – que em Francisco se encontrava ainda unificada – levou no decorrer da história a muitos movimentos de reforma que até hoje continua surgindo. Fundamentalmente, trata-se de duas orientações diferentes, porém, inter-ligadas.

Atenção a Deus pela oração e contemplação. Fazem parte desta atitude a pobreza radical, o despojamento absoluto de qualquer posse. Procura-se viver as mesmas condições sociais que as sofridas por todos os seres humanos acabrunhados pela pobreza. Assim, a pobreza voluntária se torna solidariedade modelar.

Doação aos homens atitude e ao mundo em solidariedade vivida, Ligada esta segunda é a proximidade a todas as pessoas humanas indistintamente, a vida nas cidades, a cura de almas, a assistência social, etc, permitindo, inclusivo, o uso e posse de recursos materiais tocados para exercer atividades apostólicas.

A história da Ordem dos Frades Menores pode ser caracterizadea por um ininterrupto movimento pendular, acentuando ora um pólo, ora o pólo oposto.

As novas novas entraram na história da Ordem sob vários títulos: Espirituais, Bernardinos, Descalços, Alcantarinos, Recoletos e muitos outros mais. Foi desta história, cheia de tensões, que nasceram os três ramos da Primeira Ordem ainda existentes hoje.

Pois, em 1517, o então Papa Leão X queria criar condições claras; por isso, uma única Ordem existente naquela época, que tinha um único Ministro Geral, foi por ele dividida em duas Ordens independentes, seguidas pouco tempo depois por mais uma terceira terceira. O Papa, porém, estava equivocada: o movimento pendular voltou a funcionar, fazendo surgir outros agrupamentos. O Papa Leão XIII voltou a uni-los numa única entidade.

Hoje, encontramos três Ordens masculinas, independentes e autônomas que – todas as três – reconhecem Francisco como seu fundador, obedecendo à sua Regra de 1223:

OFM (= Ordem dos Frades Menores)

Entre as três, essa Ordem têm o maior número de membros. Normalmente é chamada pelo povo simplesmente de “Ordem dos Franciscanos”, ou Franciscanos, ou ainda, Observantes, Bernardinos etc. Em 1517, se deu a separação da Ordem dos Conventuais. A reorganização subseqüente da OFM foi novamente introduzida pelo Papa Leão XIII (União Leonina).

OFMConv (= Ordem dos Frades Menores Conventuais)

Numericamente, esta Ordem é a menor das três. Também é conhecida sob outros nomes, p.ex.: Minoritas etc.

OFMCap (= Ordem dos Frades Menores Capuchinhos)

Nos anos 1521-1528, surgiu a partir da OFM, num processo muito doloroso, a comunidade dos Capuchinhos, concebida como uma comunidade puramente contemplativa. O seu nome é derivado de um longo e pontudo capuz, usado pelos seus membros. Não demorou muito que também esse grupo começasse a intervir na vida pública, e até mesmo na política.

Novas iniciativas, cisões e dissidências nas três Ordens comprovam que o movimento pendular continua até hoje de modo ininterrupto.

Falta mencionar que esta história de reformas teve suas consequências para as comunidades femininas e para a Ordem Terceira também. A agregação a um ou outro movimento de movimentos foi chamada “obediência”. A Ordem Terceira, porém, foi se distanciando nos últimos anos da obediência a uma das outras Ordens, procurando sua independência. Isto não toca ou local, porém, a união e a assistência espirituais.

Contato: Frei Eurico Alves da Silva – na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe

SÍNTESE DA HISTÓRIA DA CUSTÓDIA FRANCISCANA DAS SETE ALEGRIAS DE NOSSA SENHORA

Em 1936, uma Província Franciscana de Santa Isabel da Turíngia, com sede em Fulda, na Alemanha, passava por uma fase de florescimento e via crescer de forma animadora o número de frades. Imbuídos do espírito missionário, muitos desejavam partir para as terras de missão. Em janeiro de 1937, uma Província da Imaculada Conceição do Sul do Brasil cedeu-lhe a área dos Estados atuais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como terra de missão. O Ministro Provincial da Turíngia, Frei Vicenz Rock, com seu Definitório, aceitou, em 02/03/1937, uma oferta e o Mato Grosso de então foi colhido como novo campo de atividade missionária. Aos 29 de junho de 1937, aconteceu o solene envio dos quatro primeiros missionários para a nova terra de Missão.Foram freis Eucário Schmitt, Antonino Schwenger, José Passmann (Wolfram) e Francisco Brugger, todos sacerdotes. Frei Eucário Schmitt, com doutorado em Direito Canônico pelo Pontifício Ateneu Antonianum de Roma, foi encarregado pelo Governo Provincial de organização de uma nova missão. No dia 14 de julho, aportaram no Rio de Janeiro. Nos conventos da Província da Imaculada Conceição, aclimataram-se e aprenderam a língua portuguesa.

  1. Primeiras Fundações: No começo de 1938, chegou-se a um acordo com o Arcebispo de Corumbá, Dom Vicente B. Maria Priante, sobre dos lugares das primeiras fundações: Entre Rios, atual Rio Brilhante, na então Diocese de Corumbá, e Rosário Oeste , na Arquidiocese de Cuiabá. Aos 06 de fevereiro de 1938, Frei Antonino tomou posse como primeiro pároco franciscano em Rio Brilhante, e aos 20 de março, Frei José (Wolfram) Passmann, na paróquia de Rosário Oeste. No dia 15 de outubro de 1938, a Missão foi ereta pelo Governo Geral da OFM em “Comissariado de Mato Grosso”, sob o título de “Virgo Gaudiosa” e o patrocínio de São Francisco Solano, padroeiro das Missões Franciscanas.
  2. Expansão do Comissariado: Nos primeiros anos de sua existência, o Comissariado se expandiu muito. Isso se explica pelo entusiasmo missionário dos frades, mas também pela situação política da Alemanha de então. Temia-se que a ditadura nazista fosse expulsar todos os frades do país. Assim conserve-se um lugar para os prováveis ​​futuros exilados. Nestas condições, o Comissário, Frei Eucário, aceitou todas as ofertas dos Bispos de Cuiabá e Corumbá. Foram assumidas as paróquias de: Chapada dos Guimarães (1939); Herculânia, hoje Coxim (1939); Nossa Senhora da Boa Morte, Cuiabá (1940); Porto Murtinho (1940); Paranaíba (1940); Dourados (1941); Aparecida do Taboado (1941); Maracaju (1941);Santo Antônio de Leverger (1941); Pirenópolis, no Estado de Goiás (1941); Estação Missionária para os japoneses em Campo Grande (1942).
    Em 1940, foi criada a “Prelazia de Sant’Ana de Chapada” com sede em Chapada dos Guimarães; em 1962, foi transferida para Rondonópolis e, em 1986, foi ereta em “Diocese de Rondonópolis”. O primeiro Prelado e Bispo de Magido foi um frade do Comissariado, Dom Vunibaldo Talleur, OFM. Todo o território da Prelazia foi confiado aos franciscanos, que foram, até 1964, os pioneiros e únicos missionários a atuar na região.
  3. Atividade Missionária: A Província da Turíngia aceitou o território de Mato Grosso como “Terra de Missão” e, de fato, pela formação religiosa fraca, pela extensão das paróquias e pela pobreza do povo, requeriam-se missionários com espírito de sacrifício e zelo apostólico .
    Nos primeiros decênios, a atividade missionária consistia no atendimento de paróquias praticamente abandonadas e muito extensas, chegando a áreas de 20.000 quilômetros quadradas, em que o povo vivia espalhado em sítios, fazendas, garimpos e povoados. No trabalho pastoral, uma prioridade era uma catequese do povo, o zelo pelas associações religiosas e a fundação de escolas.Um dos grandes instrumentos de atendimento da maioria do povo para a “desobriga” no sertão ou pantanal, que não era um pastoreio intensivo, mas era a única solução naquela situação. Mas essa situação, com o passar dos anos, foi mudando. Diversas secundárias, como uma intensa colonização a partir de 1945, uma urbanização, uma subdivisão das paróquias, uma nova mentalidade introduzida na Igreja pelo Concílio Vaticano II,
  4. Atividade Cultural e Social: Desde o início, os Franciscanos, vendo a situação de pobreza, falta de instrução e saúde, se empenharam na promoção humana. Foram construídas escolas em quase todas as paróquias, e hospitais em Chapada dos Guimarães, Rosário Oeste e Caarapó; Seminários em Fátima de São Lourenço e em Rio Brilhante e, mais tarde, em Rondonópolis.
    Seguiram-se construções de belas e sempre mais amplas igrejas, com centros pastorais em quase todas as paróquias, levantados pelos mestres competentes Freis Walfredo Staehle e Hugo Lang. No campo da medicina alternativa, destacaram-se Freis Canuto Amann e Osvaldo Braun, grandes conhecedores da homeopatia.
  5. Promoção Vocacional: Desde o começo, segue-se promover vocações mato-grossenses. Para esta oferta foram criados os ditos Seminários de Fátima de São Lourenço e Rio Brilhante, onde muitos rapazes estudaram o “primeiro grau”, para depois cursar o “segundo grau” no Seminário de Agudos, SP. Mas o “chão” não estava suficientemente preparado. É conhecida a palavra de Dom Vunibaldo: “Fico contente e agradeço a Deus, se um ou outro dos filhos dos atuais seminaristas se tornar padre e / ou religioso”. A falta de pessoal, o envelhecimento dos frades, o aumento do trabalho pastoral, levaram o Comissariado, chamado de “Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora” a partir de 1967, a concentrar cada vez mais como caixas existentes.Paróquias menos condizentes foram entregues e a formação de Centros Regionais facilitou o trabalho de pastoral de conjunto.
  6. Ajuda das Províncias Brasileiras: A partir de 1974, como duas províncias franciscanas do Brasil aceitam o pedido de ajuda da Custódia de Mato Grosso; sentiram-se até fraternalmente obrigadas a levar em frente a obra missionária dos irmãos alemães, criada com grandes sacrifícios durante quase 40 anos. Após o “Congresso da Esperança”, realizado em Campo Grande em fevereiro de 1974, a Província da Imaculada Conceição do Brasil aceitou generosamente a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Dourados. Um ano depois, assumiu a direção do Seminário Santo Antônio, em Rio Brilhante.
    Também a Província de São Francisco de Assis, do Rio Grande do Sul, resolveu no seu Capítulo, em dezembro de 1974, assumir, a partir do ano seguinte, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Rosário Oeste.Com esta ajuda magnânima, que não deixa de ser uma bela página de amor fraterno e franciscano, a Custódia experimentou uma nova primavera e um novo desenvolvimento.
  7. Caminhada para Vice-Província: Com a ajuda das duas Províncias brasileiras, uma Custódia assumiu novos campos de atividade e, aos poucos, formou-se uma nova fraternidade franciscana com frades de várias províncias e procedências. Por isso, em 1977, o Ministro Provincial de Fulda, Frei Sigfrid Klökner, na Assembleia Geral da Custódia, lançou a ideia de formar uma entidade autônoma. Na Assembleia Geral de 1983, que contou com a presença dos Provinciais das três Províncias provados (Fulda, São Paulo e Porto Alegre), constatou-se que a nova entidade franciscana autônoma era necessária e possível.
    Finalmente, em 1987, após uma visita canônica a toda a Custódia, o Ministro Provincial de Fulda, Frei Silvester Neichel, constatou que havia chegado a hora de solicitar ao Governo Geral da Ordem a elevação da Custódia em Vice-Província (com status autônomo) . Para comprovar a viabilidade da fundação de uma Vice-Província no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Ministro Geral da Ordem, Frei João Vaughn, nomeou Frei Dario Campos (da Província Santa Cruz, de Minas Gerais) Visitador Geral da Custódia. Com o resultado positivo dessa visita realizada, se a passagem da Custódia para a “Vice-Província Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora” no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.O ato aconteceu aos 06 de fevereiro de 1988, nas comemorações do cinquentenário da presença dos franciscanos em terras mato-grossenses. Esteve presente o Ministro Geral,
    O Capítulo Geral de 2003, em Assis, Itália, suprimiu a nomenclatura de Vice-Província em toda a Ordem. Como Províncias divididos ter, a partir deste ato, 40 frades professos solenes e seis guardianatos. Criaram-se então as Custódias Autônomas regidas pelas mesmas leis das Províncias com alguma modificação estrutural, como a eleição do custódio de três em três anos e o Conselho no lugar do Definitório.
    No dia 08 de dezembro de 2004, por decreto do Ministro Geral, foi criada a Custódia Autônoma Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora, tendo como primeiro custódio Frei Erivan Messias da Silva.
  8.  Datas Comemorativas, Comissários, Delegados, Custódios e Ministros

* 1937: 02 de março: o Definitório da Província-Mãe (Fulda) aceita a Missão do Mato Grosso.

* 1937: 29 de junho: envio dos primeiros quatro missionários. Frei Eucário é encarregado da organização da Missão.

* 1938 – 1943: Frei Eucário Schmitt, Comissário Provincial.

* 1940: o Comissariado é registrado juridicamente em Cuiabá: “Missão Franciscana da Primeira Ordem de São Francisco no Estado de Mato Grosso”.

* 1943-1949: Frei Cyprian Bassler, Comissário Provincial.

* 1949: Primeira visita de um Ministro Provincial de Fulda ao Mato Grosso (Frei Georg Roth).

* 1949-1958: Frei Eucário Schmitt, Comissário Provincial (cf. CC.GG. de 1954, o Comissário chama-se a partir de agora Delegado Provincial).

* 1958-1963: Frei Servácio Schulte, Delegado Provincial.

* 1963-1967: Frei Engelberto Raab, Delegado Provincial. * 1965: Primeira Assembleia Geral do Comissariado.

* 1967: Por decreto, os Comissariados são transformados em Custódias.

* 19 (67) 1968: Frei Frederico Mies, Custódio. (Por motivo de saúde, Frei Frederico renunciou em 25 de setembro de 1968).

* 1968-1969: Frei Mateus Rothmann, como Primeiro Conselheiro, dirige a Custódia.

* 1969-1970: Frei Antonino Schwenger, como Vice-Custódio, dirige a Custódia.

* 1970-1973: Frei Antonino Schwenger: Custódio. * 1973-1982: Frei Hermano Hartmann: Custódio.

* 1982-1988: Frei Jorge (Godehard) Elsing: Custódio.

* 1988: 06 de fevereiro: passagem da Custódia para Vice-Província * 1988-1991: Frei Maurílio Schelbauer: primeiro Ministro Provincial (nomeado pelo Ministro Geral com seu Definitório por três anos).

* 1991-1993: Primeiro Capítulo Provincial (02/06/1991) – Frei Maurílio Schelbauer eleito Ministro Provincial.

* 1993-1999: Segundo Capítulo Provincial (29 / 11-03 / 12) – Frei Bernardo Dettling, Ministro Provincial eleito. * 1996: Capítulo Intermediário (3º Capítulo).

* 1999: 23 a 28/10: 4º Capítulo Provincial – Frei Erivan Messias da Silva, Ministro Provincial eleito. * 2002: Capítulo Intermediário (5º Capítulo).

* 2004: 12/08 – A Vice-Província é erigida como Custódia Autônoma por decreto do Ministro Geral.

* 2005: 17 a 21/10: Primeiro Capítulo Custodial – Frei Erivan Messias da Silva, Custódio eleito. * 2008: 27 a 31/10: Segundo Capítulo Custodial – Frei Aluísio Alves Pereira Júnior, Custódio eleito.

* 2011: 17 a 22/10: Terceiro Capítulo Custodial – Frei Roberto Miguel do Nascimento, Custódio eleito.

* 2014: 13 a 17/10: Quarto Capítulo Custodial – Frei Roberto Miguel do Nascimento, Custódio reeleito. Nota: Os Comissários, Delegados e Custódios até 1988 foram nomeados pelo Ministro Provincial de Fulda com seu Definitório.

A Segunda Ordem

IRMÃS CLARISSAS

Em 1263, o Papa Urbano IV determinou que como “Damas Pobres de São Damião”, quer dizer, todas as Irmãs que – de forma mais ou menos pronunciada – Ligadas a Clara, conduzidas ser chamadas de “Clarissas”.


Esse nome homogêneo esconde, porém, a história muito complexa desta Ordem. Francisco tinha legado uma Regra a Clara, quando ela resolveu segui-lo. Na época, porém, não foi possível por vários motivos que Clara assumiu um estilo de vida realmente parecido com o de Francisco. Por exemplo, era fora de questão para ela viver uma vida de pregador nômade. De outro lado, ela deu muita importância à questão da pobreza.


Pelo menos, Clara conseguiu em 1216 o assumi chamado “privilégio de pobreza”, que ela sempre fez re-aprovar pelos papas seguidos. A vida das Clarissas assemelhava-se mais ou menos à vida levada pelos eremitas (cf. RegEr). Inequivocadamente, o acento estava sobre a dedicação a Deus pela oração, pelo culto e pela contemplação.

Em 1263, o Papa Urbano IV determinou que como “Damas Pobres de São Damião”, quer dizer, todas as Irmãs que – de forma mais ou menos pronunciada – Ligadas a Clara, conduzidas ser chamadas de “Clarissas”.


Esse nome homogêneo esconde, porém, a história muito complexa desta Ordem. Francisco tinha legado uma Regra a Clara, quando ela resolveu segui-lo. Na época, porém, não foi possível por vários motivos que Clara assumiu um estilo de vida realmente parecido com o de Francisco. Por exemplo, era fora de questão para ela viver uma vida de pregador nômade. De outro lado, ela deu muita importância à questão da pobreza.


Pelo menos, Clara conseguiu em 1216 o assumi chamado “privilégio de pobreza”, que ela sempre fez re-aprovar pelos papas seguidos. A vida das Clarissas assemelhava-se mais ou menos à vida levada pelos eremitas (cf. RegEr). Inequivocadamente, o acento estava sobre a dedicação a Deus pela oração, pelo culto e pela contemplação.


O Cardeal Hugolino, porém, achava a base jurídica e espiritual desta comunidade de mulheres de São Damião absolutamente insuficiente. Além disso, constatou que outras comunidades parecidas estavam surgindo em muitas cidades italianas.
Então, ele fundou a “Ordem das Damas Pobres de São Damião”, reunindo sob esse título também outras comunidades femininas que surgidas espontaneamente, sem se referir explicitamente a Francisco e Clara.

O Papa colocou a Ordem sobre um fundamento monástico no sentido beneditino e escreveu uma nova Regra para ela (1218-1220). O pensamento central desta Regra é a clausura absoluta. Mais do que a metade da Regra se ocupa com a questão da clausura que é fixada nos seus detalhes.

É para se admirar que Clara – apesar desta Regra tão pouco franciscana – conseguisse levar uma vida mística muito profunda. Fica a impressão de que ela seguiu essa Regra, que lhe foi imposta, somente “pro forma”. Ademais, em 1234, Clara entrou em contato com Santa Inês de Praga, que estava batalhando para conseguir um fundamento franciscano para a Segunda Ordem. O Papa Gregório IX, antigamente Cardeal Hugolino, não quis atendê-la; chamava a Regra das Irmãs, escrita por Francisco, “um alimento para crianças de peito”, absolutamente insuficiente para mulheres adultas.


Somente o seguinte Papa Inocêncio IV cedeu um pouco, ao escrever mais uma nova Regra para Clara. Mas também este Papa se enganou: como tentasse impor aos conventos a obrigação de aceitar dotes e propriedades, suscitou uma resistência resoluta da parte de Clara. Ela começou a escrever sua própria Regra, assemelhando-a à Regra dos Frades Menores de 1223, reforçando assim a unidade espiritual entre a Primeira e a Segunda Ordem. Guardava, porém, a forma de vida contemplativa, seguindo – neste ponto – em parte, as prescrições da Regra de Hugolino e adaptando-as ao espírito franciscano que é mais livre neste aspecto.


Na parte central de sua Regra, Clara descreve sua própria experiência espiritual que a conduziu a aliar-se a Francisco num espírito de fraternidade e pobreza absoluta. Isto foi absolutamente fora do comum. Constatou-se que Clara frisou mais do que o próprio Francisco – que é considerado “o irmão por excelência” – o caráter democrático da convivência conventual.


Pouco antes de sua morte, a Regra recebeu a aprovação da Igreja. São poucos, porém, os mosteiros que receberam autorização de seguir essa Regra. Foi o Papa Urbano IV quem determinou que todos os membros da Ordem das “Damas Pobres de São Damião” usassem – indistintamente – o nome de “Clarissas”, pois na época da morte de Clara já havia aproximadamente 150 comunidades que se declararam seguidoras da Santa.


Por sua vez, o mesmo Papa Urbano IV também fez questão de escrever mais uma Regra nova para as Clarissas. Essa Regra urbaniana ignora completamente a espiritualidade de Clara. Foi bem tarde que chegou a hora certa para a aplicação da Regra escrita por Clara: hoje em dia, a maioria dos mosteiros segue a sua Regra.


Falta ainda mencionar que os empenhos de reforma da Primeira Ordem também tinham conseqüências para as Clarissas. Em primeiro lugar, é preciso lembrar Santa Coletta de Corbie (+ 1447). Nos seus esforços para renovar a Ordem franciscana, teve sucesso até nos conventos masculinos. O seu movimento continua até hoje entre as Clarissas.
As duas formas de vida das Ciarissas:


As Damianitas
Elas se baseiam na Regra de Santa Clara (1253). Atualmente, a maioria dos mosteiros segue essa Regra.


As Urbanitas
Cerca de 80 mosteiros de Clarissas adotaram a Regra de Papa Urbano IV (1263). Atrás destas denominações se esconde a realidade de uma unificação apenas relativa. No fundo, cada mosteiro continua autônomo. Mosteiros que têm aspectos em comum se juntam em federações bastante desarticuladas. A importância dos movimentos de reforma e das “obediências” continua ininterrupta. Estão até surgindo novas formas de vida, p.ex., Clarissas que – além da Regra de Clara – obedecem também à “Regra para os Eremitérios”.

As Damianitas
Elas se baseiam na Regra de Santa Clara (1253). Atualmente, a maioria dos mosteiros segue essa Regra.


As Urbanitas
Cerca de 80 mosteiros de Clarissas adotaram a Regra de Papa Urbano IV (1263). Atrás destas denominações se esconde a realidade de uma unificação apenas relativa. No fundo, cada mosteiro continua autônomo. Mosteiros que têm aspectos em comum se juntam em federações bastante desarticuladas. A importância dos movimentos de reforma e das “obediências” continua ininterrupta. Estão até surgindo novas formas de vida, p.ex., Clarissas que – além da Regra de Clara – obedecem também à “Regra para os Eremitérios”.

Mosteiros

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul:

Mosteiro Santa Maria dos Anjos

Rua sargento Moisés Soares da Silva Quadra 06 – Lote 15 Parque Alvorada 79823-250 – Dourados – MS

Mosteiro de São Francisco e Santa Clara

Rua das Palmeiras 83 Caixa Postal 174 78320-000 – Juína – MT clarisjuina@gmail.com

Ordem Franciscana Secular​

“E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me revelou o que desviar fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho.”

Testamento de São Francisco – 1226

São Francisco de Assis, por volta do ano de 1205, começou a ter inúmeros seguidores: homens que queriam ter uma vida religiosa (formando a 1ª – Ordem dos Frades Menores), mulheres que queriam ter uma vida religiosa dentro de um mosteiro, como Santa Clara (formando a 2ª Ordem – Clarissas) e pessoas solteiras ou casadas, que queriam viver a forma de vida de São Francisco de Assis, mas dentro do seu ambiente familiar, profissional e de lazer (formando a 3ª Ordem).

Assim, surgiu a OFS –  Ordem Franciscana Secular.

É observar o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, um exemplo de São Francisco de Assis que fez de CRISTO o centro e inspirador de sua vida, em seu relacionamento com todas as criaturas de Deus, ou seja, a natureza, os animais e o ser humano .

Ele / Ela pode servir a Igreja em qualquer serviço ou pastoral: social, catequese, dizimo, batismo, liturgia, ministério leigo, coordenação de comunidade, etc., ou simplesmente (SER) ter uma vida que seja baseada em atitudes de um bom franciscano /uma.

Pessoas solteiras ou casadas; casais de nova união; pessoas que não participam ou que já participam de outros grupos: pastorais, movimentos, serviços e organismos, etc., ou seja, qualquer cristão católico.

Na Comunidade São Francisco, Rua Coronel Otiles, 323 – Duque de Caxias – Cuiabá / MT, existe uma fraternidade cujo nome é Santa Isabel da Hungria, que se reúne no  último domingo  de cada mês, às 08h30min.

Durante os encontros, há momentos para a formação, onde se desenvolve e cultiva a espiritualidade e a vocação franciscana, oração e fortalecimento de amizades.

Venha conhecer, participar e fazer parte dessa grande Família Franciscana espalhada pelo mundo inteiro.

Juventude franciscana

JUFRA

A Juventude Franciscana – JUFRA – é uma proposta de vivência cristã destinada a jovens que, por vocação, carisma ou índole, se compromete com o ideal de vida inspirado na espiritualidade franciscana.
A JUFRA é, ou deve ser, um monte de gente nesse mundão a, que tome consciência de que:

  • Primeiro, deve esforçar-se para melhorar o mundo;
  • Segundo, que a melhora do mundo começa a partir de si mesmo;
  • E que é preciso no mundo uma escola que ajude as pessoas a tomar consciência disso. (Essa escola é a própria JUFRA).

A JUFRA tem estilos e características próprias. Por isso nessa fraternidade de jovens, os jufristas assumem todos os deveres e, por conseguinte, gozam de todos os direitos inerentes de ser franciscanos no mundo.

O objetivo do movimento é despertar o jovem para a vivência franciscana, levando-o a uma experiência de vida de fraternidade, criando condições para que viva o Evangelho no contexto da realidade atual, buscando a transformação da sociedade à luz do carisma franciscano e da Regra da OFS. Em suma, a JUFRA é um projeto de ações que atrai pessoas e depois como educam para agirem no mundo, orientadas pela vontade de Deus e de acordo com uma filosofia de vida.
Juventude Franciscana – Fraternidade Francisco por Natureza. Cuiabá- MT – Reuniões todos os sábados as 16h, na Igreja Nª Senhora de Guadalupe – Venha participar conosco!